DOIS POEMAS DE IRIS PONGELUPPI
Meu corpo estava colonizado.
A bandeira: um rótulo
Código de barras, raio vermelho,
Prazo de validade.
Padronizada por máquinas,
Cansei de ser cópia
Explorada.
Decidi não ser colônia mais.
Ergui os braços e gritei:
Sou livre!
Meu corpo não é terra de ninguém
Nem da sociedade.
Minha bandeira é o amor
E sempre será.
Abaixe-se debaixo
da macieira
Maduras maçãs macias
Amassadas, machucadas, mofadas
morrerão para fertilizarem
o fundo do solo infértil.
É assim que o amor faz.
Amar é perene e perecível,
Processo perpétuo e fugaz.
*Nota de edição: os poemas acima foram publicados no livro Veemente como o Sol (2025), lançado pela editora Minimalismos.
Iris Pongeluppi (27/10/1994) é mineira de Belo Horizonte. Educadora, fascinada por arte e cultura. Escreve prosa e poesia desde a infância (aos sete anos de idade). Autora do livro de contos Intangíveis (2018), publicado pela editora Poesias Escolhidas, e do livro de poemas Veemente como o Sol (2025), publicado pela editora Minimalismos. Em 2012, aos dezessete anos, venceu o Edital de Ocupação da Galeria Caminhos do Futuro do Plug Minas e co-realizou uma exposição poética intitulada "Ser / Estar 17° Degrau". Ademais, publicou textos (contos, crônicas e poemas) em revistas literárias como Revista Barbante, Revista Lira, Beco dos Poetas, Ruído Manifesto e O Odisseu.
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