01 poema de Helton Jones Rocha
(Elza Lima)
Eu ainda me lembro
Eu ainda lembro-me daquele tempo
Quando éramos jovens e livres
Corríamos sem medo pela mata
Entravamos no igapó
Com a água às vezes na canela
E aquele cheiro de lama
Aquela água podre, parada e de tantas cores,
Até hoje não sei o que era aquilo.
Mas não havia barreiras
Éramos aventureiros
Eu ainda me lembro dos pulos no trapiche
Dos voos de cabeça
Do camburão cabeça, da pedra e da piscina
Tinha que subir água
Tinha que ter chuveirinho
Água no ar feito chuva
Era tanta alegria
Nem a pele enrugada nos tirava da água
Nem o medo do boto nos punha pra correr
Nada, absolutamente nada era mais importante.
Eu me lembro daquele sentimento
Daquele sentido de estar vivo
Da pira cola
Dos dois times imensos
Do cipó
Da brincadeira do "mata"
"Bora um mata" dizia alguém
E tudo aquilo tomava uma tarde inteira
Eu ainda me lembro dessas coisas
Dessa fase
Dessa época
Daquela leveza e imortalidade
Sim!
Éramos Deuses imortais
Não conhecíamos o medo e o perigo
Corríamos feito louco entre as árvores
Mergulhávamos por baixo das tronqueiras
E nos jogávamos do alto das árvores
Ainda lembro
E é bom lembrar
Não sei até quando
Não sei o por quê.
Quando lembro,
Eu ainda sinto aquilo
Aquela energia
Aquele desejo de ser conhecido como Boto
Aquele desejo de ter guelras
De ficar um bom tempo lá em baixo
Eu ainda me lembro de tudo
Ainda me lembro.
Quando éramos jovens e livres
Corríamos sem medo pela mata
Entravamos no igapó
Com a água às vezes na canela
E aquele cheiro de lama
Aquela água podre, parada e de tantas cores,
Até hoje não sei o que era aquilo.
Mas não havia barreiras
Éramos aventureiros
Eu ainda me lembro dos pulos no trapiche
Dos voos de cabeça
Do camburão cabeça, da pedra e da piscina
Tinha que subir água
Tinha que ter chuveirinho
Água no ar feito chuva
Era tanta alegria
Nem a pele enrugada nos tirava da água
Nem o medo do boto nos punha pra correr
Nada, absolutamente nada era mais importante.
Eu me lembro daquele sentimento
Daquele sentido de estar vivo
Da pira cola
Dos dois times imensos
Do cipó
Da brincadeira do "mata"
"Bora um mata" dizia alguém
E tudo aquilo tomava uma tarde inteira
Eu ainda me lembro dessas coisas
Dessa fase
Dessa época
Daquela leveza e imortalidade
Sim!
Éramos Deuses imortais
Não conhecíamos o medo e o perigo
Corríamos feito louco entre as árvores
Mergulhávamos por baixo das tronqueiras
E nos jogávamos do alto das árvores
Ainda lembro
E é bom lembrar
Não sei até quando
Não sei o por quê.
Quando lembro,
Eu ainda sinto aquilo
Aquela energia
Aquele desejo de ser conhecido como Boto
Aquele desejo de ter guelras
De ficar um bom tempo lá em baixo
Eu ainda me lembro de tudo
Ainda me lembro.
Helton Jones Rocha, idade: 35 anos; Servidor Público; compositor e escritor; Residente no município de Irituia-PA.
Que alegria ter um texto divulgado por iniciativas como esta da revista Variações. Muito obrigado pela oportunidade.
ResponderExcluirParabenizo a iniciativa e me congrstulo com o novo poeta
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