DISPENSANDO SIMULACROS - poemas de VANIA CLARES
DISPENSANDO SIMULACROS
Há de ser lembrado
o olhar derramado
sobre a pele, as manchas,
as imperfeições,
enquanto toques de dedos
deslizam por um caminho
lento e imprescindível.
Há de ser lembrado
não contar o tempo
enquanto juntos se buscam
em ânsia de igual sentido
e julgam-se únicos
a irradiarem luz.
Há de ser lembrada
a história de vivas palavras
intensamente ouvidas,
quando de mãos dadas
se prostram no altar
dividido da devoção,
expurgando as mágoas.
Há que respirarem
descontroladamente
pequenas mortes,
no suor de corpos úmidos
e quentes, enquanto suportam
o paradoxo do tênue
e áspero elo que permeia
as conexões abundantes.
Antes de tudo, o amor
PERFIL
A luz espontânea refletida
senão é, a clara oferta
dos que amam, em mim contida.
E que seja a ferro e fogo
a defesa do que brilha
e dos que me brindam!
Se sobreponha aos medos,
aos silêncios, aos cárceres,
se sobreponha aos imprudentes,
aos cegos, aos omissos,
porque estes subestimam,
se mascaram, se repetem
Eu, tu, somos viventes
(não sobre) que de alma aberta
cultivam insistentes
- num vício interminável,
indestrutível, imutável -
o ciclo regenerador
de absorver sorrisos
VANIA CLARES, paulistana, é escritora, contista e
poetisa, e diretora da Sarasvati Editora e Comunicações. Estudante de Filosofia
e ativista cultural. Participou de vários encontros literários na
Oficina Cultural Oswald de Andrade e é membro da ACL-Academia Contemporânea de
Letras, tendo como patrono Caio Fernando Abreu.
curadoria e edição de marcos samuel costa
Variações revista de literatura contemporânea
2020
I edição


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Belos poemas, Vânia!
ResponderExcluirobrigada por ter me indicado Felipe! Abraço!
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