Outraz vozes: voz de Manu de Carvalho
XXIII
Tempestade: precipitar-se com força. a ferida aberta. a carne exposta. Ser tudo dor e sangue – latejante.
Chorei,
e olhos feito cachoeiras....
trouxeram meu próprio mar
Até o meu paladar
Senti,
um gosto de sonho
um gosto de vida e
um gosto de morte
XVII
Desprendido amor em madrugada. No corpo, a carne fria.
A mais pura água resfriada. Sem rima. Nem zelo.
Geou. Ninguém ouviu. O coração congelado no silêncio do frio.
Era preciso o amor. Era impreciso.
Era amor. Era.
Desprendeu-se um dia, em madrugada.
Ninguém o viu.
Manu de Carvalho - Nascida em 1984. Professora, por casualidade e muitíssimo gosto. Moro logo alí, no interior de Minas Gerais. Sou uma pessoa que escreve. Não por alguma razão. Só porque vez ou outra, as palavras de longe me escrevem. O que elas dizem, eu registro, quando é possível, quando não me abandonam, mais rápido que um sopro. Ou quando não me pedem segredo.
curadoria e edição de marcos samuel costa
Variações revista de literatura contemporânea
2020
I edição
Comentários
Postar um comentário