Prazeres - poema de Maya Falks



Prazeres


Profanei a linhagem sagrada a qual fui destinada
Ao negar-me ao sexo
Encerrei portais à procriação
Impedi acesso ao ventre
Sequei-me a evitar que no meu corpo
Se gerariam vidas
Se gozariam homens ou mulheres
Se deleitariam deuses ou demônios
Enquanto no vão entre minhas pernas
Só encaixa minha vontade
Intocada
Da pureza, esta, não do corpo virgem
Mas do direito ao não
Do direito de extrair prazer
Daquilo que goza
Minha mente



Maya Falks nasceu Márcia, no dia mais frio de 1982. Começou a criar histórias aos 3 anos, ditando as narrativas à mãe. Escreveu seu primeiro romance aos 7 anos, o segundo aos 10 e a primeira antologia poética aos 14, nenhum deles publicados. Atualmente Maya é publicitária, jornalista e estudante de Letras, além de autora dos livros "Depois de Tudo", "Versos e Outras Insanidades", "Histórias de Minha Morte", "Poemas para ler no front" e “Santuário” (no prelo). Também é resenhista e idealizadora do projeto Bibliofilia Cotidiana e prestadora de serviços no Escritório Literário, onde trabalha com leitura crítica, resenha, release, textos personalizados e ministra oficinas.



curadoria e edição de marcos samuel costa
Variações revista de literatura contemporânea
2020
I edição 


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