06 Poemas de Juplin Jones
guindastes alcoólicos trabalham em jornada dupla
sobre o peso da solidão: meu corpo ali:
palavras
meu corpo ali: guardião das revoadas de periquitos
- há quem enxergue silêncio: talvez, a imagem
congelada
estamos em obra. reduza a velocidade. são anúncios
do tempo: reverbera o tictac
a sola dos pés é quem fala. é quem ? é quem ? são
ponteiros- index
II.
as horas indicam o fim. o norte. o caminho. o
relógio é bussola.
tatuo a auriflama desses territórios e só:
inflamo:
pus
fogo...
defesa do organismo contra a dissociação
dos corpos: guindastes alcoólicos trabalham em
jornada dupla
sobre o peso da solidão
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I
o relógio menosprezado
caminha
atravessando o tempo
perdido
rígido ponteiro -
apontando o herdeiro
da dor
II
as engrenagens das horas:
crueis catracas
brincando de tornar mais leve
o fado do fim.
__________
quem já deu corda em relógio?
alguns dias com dor na garganta
ai pra foder você amanhace sem voz
hoje não vou falar merda
hoje não vou xingar deus
minhas cordas vocais já enforcaram o pior que há em
mim
o meu silêncio dói
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abertura
imagem 1
um canto
um canto um canário
um canto um canário algo meio triste
um canto um canário algo meio triste uma gaiola
imagem 2
alguém sozinho
alguém sozinho e um vazio
________________
só a chave guarda os segredos
da porta
guardo a chave no bolso
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esboçar uma reação:
pôr pros cães
a
ração
JuplinxJones ─
aprendiz, poeta. "movimentador das palavras&ruas"
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