Deus embriagado no sol - poema de Paulo Guerra




Pântano Selvagem


Deus embriagado no sol, Anjo abençoado na
Garoa
Sede de vingança no Ar
Fera enjaulada na mente escassa &
consciente
O sacerdote do bosque sagrado
morreu com um tiro certeiro
O último Poeta fugiu da
cidade
Invadiu a mente dos mortos
Recriando os Deuses & os mitos
Desvencilhando-se do bem & do mal
Na exuberante floresta da sabedoria
Apanhou um belo fruto adocicado
no jardim separado
Regou a planta mais reluzente
& sensacionalmente travessa
Deslizou deslumbrado no inconsciente
ultrapassando os limites e as fronteiras
penetrando sempre mais & mais
no esconderijo da mente selvagem
Retornou ao Olimpo
entregando-se ao
Destino
& implorou aos céus:
"Todos os Deuses te honram
Cidade de Glória
Salvai-me Senhor!"
Tudo estava decidido naquela noite
O assassino tomado pela febre
caminhou perdido na floresta
fria
Sangue na cena do crime
Morte Nascimento Liberdade
Bem-vindos ao Misterioso Pântano Selvagem!



Paulo Guerra – (Jacareí/SP, 1992) é o autor do livro Grito (Scortecci, 2014).




curadoria e edição de marcos samuel costa
variações revista de literatura contemporânea
2020
I edição 

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