O amor numa longa espera - crônica de Ana Meireles

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O AMOR NUMA LONGA ESPERA...



O tempo, reclamamos dele. Nunca o temos o suficiente, sempre há motivos, motivações, razões, talvez e algumas vezes desculpas que arranjamos para atender  a uns e a outros deixar num eterno depois, para depois, um depois que nunca chega, um depois que se desdobra em adiar, um depois de tantos depois, depois que, depois que... que não se dispõe, que não se disponibiliza, não se oferece, tempo irremediavelmente adiado, postergado... esmo para as horas de amor. Eu sei, eu sei, eu sei que nunca vai dar, que o querer em alguns casos se governa, tem gerência de afeto dividido, subnutrido, mal alimentado, alquebrado, mas, ainda que assim seja, uma reserva dele há de existir para um tempo de esperar, eu vou esperar, vou esperar, ainda que assim, vou acreditar na  esperança dos valores que acreditei, cativei e ensinei. Sim, é verdade, algumas vezes vou chorar com medo que eles tenham morrido, mas o que fazer? Não vou desesperar, vou esperar, esperar, esperar até a última hora, a última hora que eu não sei quando será, mas que me fará seguir  esperando, com latente esperança, esperança no enquanto que ainda perdura o desejo de que vais vir, pois o dissestes. Dissestes que um então se prolonga indefinidamente num depois de não sei quando, de tantas vezes que espero e não chegas. Sempre ficarei a esperar, sempre... Não sabes ? Quem ama sempre espera...Estou aqui a te esperar. 



ANA MEIRELES - é poeta e cronista - nasceu em Icoaraci Distrito de Belém do Pará em um belo domingo de Páscoa como dito por sua querida mãe Leila. Atualmente é servidora pública com formação em psicologia pela UFPA. Tem diversos livros publicados, entre poesia e crônica, esse ano faz sua publica seu primeiro livro infantil. 



curadoria e edição de marcos samuel costa
Variações revista de literatura contemporânea
2020
I edição

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