ENTREVISTA COM O POETA MANO MELO Por Gigio Ferreira.

 


Mano Melo nasceu em 14 de Abril de 1945 na cidade de Serra Dantas no estado do Ceará. É poeta, ator, roteirista. Desde 1979, quando retornou ao Brasil após viajar por dez anos através do mundo (América Latina, Europa, Ásia e África), interpreta seus poemas em teatros, tevês, rádios, bares, centros culturais, ciclos de poesia e congressos literários, universidades, escolas, até mesmo praças e praias, no Rio de Janeiro e outras cidades do Brasil, capitais e interior. Com sua poesia, Mano Melo já se apresentou do Rio Grande do Sul à Amazônia. Tem formação de ator pelo Conservatório Nacional de Teatro e estudou filosofia no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ, não terminando o Curso. Publicou sete livros de poesia. Participou como ator em vários filmes, como André Cara e Coragem, The Bread (Holanda), O Cangaceiro Trapalhão, Os Trapalhões e o Mágico de Orós, Os Trapalhões na Serra Pelada, e O Homem da Capa Preta. Fez curso de roteiro com Syd Fields. Em 2004, fez parte do elenco dos seguintes filmes: As Gêmeas do Pacujá, curta metragem em desenho animado em que é o narrador, direção de Otávio Escobar. Itaipu, curta metragem. Mais Uma Vez Amor, de Rosane Svartzmann. As Filhas do Sol, em fase de realização. Na televisão, teve participações em Chico Anísio Show, Dóris Pra Maiores, Abenteuer Unbergriffen (seriado para a TV alemã), e nas séries de teleteatro O Pagador de Promessas e O Auto da Compadecida, da TVE, na novela Mandacaru, da TV Manchete, como o cangaceiro Balaio - além de pequenos papéis (elenco de apoio) em novelas como História de Amor, Viralatas, A Força de um Desejo, Aquarela do Brasil, Um Anjo Caiu do Céu, Porto dos Milagres (como o operário Felício), O Clone, Coração de Estudante, Carga Pesada, Da Cor do Pecado, Cabocla. É autor de vários roteiros institucionais para projetos de educação da Fundação Roberto Marinho, e de dias temáticos para o Canal Futura. Em 2003, participou durante seis meses das Noites de Humor, com Chico Anísio, no Rio Design Center Leblon e Rio Design Center Barra, interpretando suas poesias. No Teatro, seus trabalhos mais recentes são Guerreiras do Amor, de Domingos Oliveira, direção Jayme Periard, e Sonho de Uma Noite de Verão, de William Shakespeare, no papel de Puck, direção de Paulo Reis. E o monólogo de sua autoria O Lavrador de Palavras, espetáculo itinerante que estreou na Casa da Gávea, em 2000, e depois no Teatro Candido Mendes. A partir daí, é apresentado como um espetáculo itinerante em diversas cidades brasileiras, como Cuiabá, Fortaleza, Baependi, Juiz de Fora, Belo Horizonte, Belém, Maceió, entre outras. Recentemente, além de seu trabalho individual, fez parte do projeto de poesia Ver o Verso, junto com Pedro Bial, Alexandra Maia e Claufe Rodrigues. O grupo se apresentou durante três anos, de 1999 a agosto de 2002, uma vez por mês, no Rio de Janeiro, sempre com casa cheia, e percorreu várias cidades brasileiras, por teatros, centros culturais, feiras de livros e congressos de literatura, em São Paulo, Porto Alegre, Passo Fundo, Belo Horizonte, Tiradentes, Itabira, Salvador, Fortaleza, Maceió e Belém. Abriu os festejos do centenário de Carlos Drummond de Andrade em Itabira, MG, encerrando com histórico recital no dia 31 de outubro de 2002, aniversário de cem anos do poeta, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, junto com a orquestra Sinfônica do Theatro Municipal. Em novembro de 2002, Mano Melo participou do projeto Poesia faz escola, uma série de dez recitais em diversas cidades do estado do Rio de Janeiro, para alunos de segundo grau das escolas públicas estaduais. Em agosto de 2003, apresentou no Bar Churchill do Meliá Brasília Hotel, o recital Eros, Leros e Boleros, junto com Cassia Kiss e Claufe Rodrigues. Recital que voltou ao mesmo local, em janeiro de 2004, com Mano Melo, Claufe Rodrigues, Carla Marins e Gabriel O Pensador. Em 17 de março de 2004, apresentou-se no recital Tributo a Jorge de Lima, por ocasião da reedição das obras completas do grande poeta alagoano. No Leblon Lounge, Rio Design Center Leblon, Rio de Janeiro, junto com Claufe Rodrigues, Camila Pitanga, Maitê Proença, Cássia Kiss, Carla Marins, Giulia Gam. Em julho de 2004, abriu o show de lançamento do novo CD de Roberto Frejat no Canecão, Rio de Janeiro, para um público de estimado em mais de 3000 pessoas. Em agosto de 2004, participou do Tributo aos Camaleões, homenagem aos 20 anos de estréia do grupo de Poesia Os Camaleões, com Pedro Bial, Claufe Rodrigues, Luiz Petry, Mônica Montone, Gabriel O Pensador, Cássia Kiss.

 

Gigio Ferreira pergunta: Toda escolha merece uma escrita? Por quê? 

Mano Melo responde: Toda escolha merece uma escrita, se a escrita é sua escolha. Então, existe um querer abarcar o mundo com as pernas, ou com as palavras. Para aqueles peixes fisgados pela arte da escrita, tudo é passível de ser expresso em palavras. Mesmo o indizível. É aquele lance bíblico do apocalipse de São João: ‘Escreve, pois, as coisas que viste, as que são e as que hão de ser.” Este é, ou deveria ser, o mantra, a palavra chave do escritor. Ou de todo artista. Pode substituir o verbo escrever por pintar, esculpir, atuar, filmar, dançar, cantar, compor, interpretar. Ou seja, qualquer tipo de arte. O que viste, o que é, e o que há de ser. Somos atores e testemunhos da História. Inventei pra definir isto a palavra Testimônios. Testimônios da História, do Tempo a passar.

Gigio Ferreira pergunta: Em sua opinião são os diálogos que mais suscitam dúvidas quando um ficcionista utiliza o recurso do alter ego?

Mano Melo responde: Os diálogos têm que surgir naturalmente. Por vezes, eles levam, comandam a narração. No Teatro, eles são a espinha dorsal.  Todos os personagens do teatro, do cinema, do romance, do conto, da poesia, não deixam de ser alter egos. São fragmentos da vida do autor ou do ator que se moldam em uma vida fictícia, que afinal nem é tão fictícia assim... Recentemente escrevi um personagem que me veio quando me perguntei: se durante as minhas viagens eu não tivesse me fixado para viver  aqui no Brasil e me dedicar a escrever e atuar como profissão, por onde andaria agora? Quem seria eu? Então escrevi este personagem como ficção. Este meu outro eu hoje estaria casado com uma moça samoana, e viveria tranquilo em uma praia deserta das Ilhas Samoas, sem internet, sem lenço e sem documento. Seria visto pela população local como uma espécie de profeta. Então desenvolvi o personagem a partir dessa premissa. E descobri: todos os personagens são facetas de nós mesmos. Hamlet tem muito de Shakespeare, não é o personagem, mas o autor, que reflete sobre a questão do ser ou não ser. Victor Hugo tem muito de Jean Valjean, embora não conste que alguma vez na vida tenha roubado um pão. Gabriela é um alter ego feminino de Jorge Amado, talvez sua fantasia masculina de mulher ideal. Fernando Pessoa foi um mestre nisso de fingir que é outro.  E criou um elenco fabuloso, mais de uma centena de personalidades heterônimas que afinal de contas são todos ele mesmo.  Rimbaud dá a fórmula com outras palavras: “O poeta se faz vidente por um longo, imenso e pensado desregramento de todos os sentidos. Todas as formas de amor, de sofrimento, de loucura; ele busca a si mesmo, ele exaure em si mesmo todos os venenos, para então guardar apenas as quintessências”

Gigio Ferreira pergunta: No relativismo da pós-modernidade a poesia épica desapareceu. Em sua opinião as covas se multiplicaram ou foram os coveiros que se especializaram? 

Mano Melo responde: Já não se nascem Homeros como antigamente. Os gregos eram devotos de seus mitos, glorificavam seus deuses e heróis.  Hoje vivemos tempos escassos de deuses e de heróis.  A poesia épica não desapareceu, apenas se metarmofoseou em outras vestes, para se disfarçar ante a censura e a crítica politicamente correta. Não se pode restringir a Arte dentro de regras pré-estabelecidas. No Século XXI, sofremos carência de heróis e de deuses. Em termos de Brasil, Pelé e Garrincha são nossos últimos heróis. Em nível mundial, não existem mais heróis à venda, nem nos gramados de futebol, nem nos supermercados. Não dá pra comparar John Lennon com Michael Jackson, Elvis com Ricky Martin, Rolling Stones com Menudos, Carlos Gardel com Beyoncé, Annita com Elis Regina, Bob Dylan com Luan Santana ou Chitãozinho e Chororó. Tampouco é possível comparar Trump com Lincoln, Gandhi com Bin Laden, ou Maduro com Fidel Castro. Mujica é o último herói latino americano. Ele é um alter ego de Che Guevara, que escapou da emboscada na Bolívia, deixou um boneco empalhado em seu lugar e se escafedeu para viver em paz no Uruguai com o nome de Mujica. Um Che já maduro, menos belicoso e mais sábio, que não quer mais saber de guerras ou guerrilhas, mas de receber amigos pra bater papo e aos domingos lavar seu fusquinha com água e sabão. Tudo é volátil, passageiro, vivemos num mundo de impermanências. Nesta maré, a poesia épica se dissolve num  mar de sargaços, visível apenas para aqueles  abnegados que aprenderam a surfar na pororoca dos caudalosos rios de dentro.

Gigio Ferreira pergunta: Quando você produz um texto interiorizado você já sabe o gênero a priori? Ou isso surge após o lapsus calami e o lapsus linguae? 

Mano Melo responde: Em geral não parto de uma ideia a priori.  Só quando é algum texto feito sob encomenda, onde porventura tenha que preencher especificidades. Um poema em geral surge de forma espontânea, não tem uma ideia pré determinada, ele vai surgindo, sugerido por uma frase, um verso, um cheiro, uma cor, uma piada, um pensamento, às vezes uma oração, às vezes um hino ao profano. Contos e crônicas também surgem dessa forma, muitas vezes aleatórias. Romance já são outros quinhentos. Romance é navegação de longo curso. Você sabe o porto de partida e o porto de chegada. Então é seguir firme como o timoneiro de uma grande caravela, por vezes em calmaria, por vezes com tempestades e vento forte, por vezes ancorando em portos seguros. Agora, esse lapsus calami e lapsus linguae não sei o que é. Nunca aprendi latim, nem nunca fui seminarista... Rsrsrsrsr

Gigio Ferreira pergunta: A história come de boca aberta? Por quê? 

Mano Melo responde: A História come de boca aberta porque é impossível se comer qualquer coisa de boca fechada Kkkkkkkkk. A História só fecha a boca naqueles momentos em que percebe que em boca fechada não entra mosquitos. E também naqueles momentos em que se deve evitar de engolir sapos.  

Gigio Ferreira pergunta: Em sua opinião a ficção regionalista é aquela que obtém os melhores resultados a partir das expressões idiomáticas? Por quê?

Mano Melo responde: Arquimedes, inventor da alavanca, já dizia: “dai-me um ponto de apoio e levantarei o mundo!” O escritor diria: entenda sua aldeia e entenderás o mundo. Os grandes escritores são regionalistas, eles buscam a melhor expressão de sua região. Guimarães Rosa, por exemplo, fez de sua mineirice uma linguagem brasileira e universal.  James Joyce é universal a partir de sua pequena Dublin. Assim, Agatha Christie é filha do fog londrino,  Whitman é o grande intérprete da saga americana, Sartre e Beuvoir são a mais completa tradução de Paris, assim como Rita Lee é o retrato maior da guria paulistana de 70 e picos. Expressões regionais são fontes de água límpida. E a gente  gosta de ir com sede ao pote, não é mesmo grande mestre Gigio Ferreira? Beber água até se fartar. Eu disse ÁGUA, não confundam. Nem foi grego nem troiano, mas um índio, o cacique Touro Sentado, quem revelou o postulado maior da filosofia estóica: “Ter água, ter sede. Não ter água, não ter sede.” Ou, traduzindo para o brasileiro: “enquanto houver bambu haverá flecha.” E salve Mário de Andrade e os caipiras modernistas de São Paulo.   

Gigio Ferreira pergunta: Se a densidade não é a extensão... A profundidade será aquela que intencionalmente exigirá exímias sutilezas? 

Mano Melo responde: A profundidade exige exímias sutilezas, isto é fato, sim. Pra respirar no profundo, tem que saber mergulhar sem escafandro, mas com a intuição do tempo exato de vir à tona e se abastecer de oxigênio. Caso contrário, vai morrer afogado, não é mesmo? Criar asas e se virar num peixe. Criar guelras e sair voando. Criar pés e sair pedalando. Criar rodas e sair rodando.

Gigio Ferreira pergunta: Em seu magnífico romance (Viagens e Amores de Scaramouche Araújo), você praticamente faz um relato dos anos em que você morou na Europa. De tudo o que você viveu por lá, você poderia nos contar o que fazia você sentir saudades do Brasil? 

Mano Melo responde: Scaramouche Araújo é um relato de viagens e amores através de 36 países, da Europa, Ásia, África e América Latina. Para o viajante, saudades não são nostalgias nem tentativas de cristalizar o passado, mas recordações agradáveis de lugares e pessoas, cheiros e sabores. Sinto saudades dos lugares que meus pés de criança pisaram. Na Holanda, sentia saudades do sol, do clima daqui. Sentia saudades da família e amigos, como hoje sinto saudades dos amigos de lá. Um dos motivos que me fascinou neste reencontro com o Brasil, foi  ouvir as pessoas falando português pelas ruas, o contato com a língua, as expressões populares, ouvir e sentir familiaridade com o que se fala nas esquinas, nos botecos, nas praias, nos ônibus, nas casas. E me veio, depois de dez anos, uma nostalgia da nacionalidade. Embora para mim, essa coisa de ser estrangeiro é uma sensação interna. Sou estrangeiro independente do lugar em que esteja, como bem dizia o Ricardo Reis á sua amada Lídia. Mas depois de dez anos, se eu queria mesmo viver de escrever, que sempre foi minha proposta de vida, eu teria de escolher entre escrever em inglês ou em português brasileiro. A pátria língua falou mais alto. Vim ao Brasil com passagem de volta pra Europa, esperando passar uns seis meses. Mas quando chegou a hora de embarcar, joguei a passagem fora e ficamos  por aqui mesmo, uma escolha em comum com a Cisca, minha esposa holandesa.

Gigio Ferreira pergunta: Você é o poeta mais amado do Brasil... Boa parte desse encanto se deve ao fato de você mesmo interpretar seus poemas sem a afetação pretensiosamente literária da palavra escrita? 

Mano Melo responde: Gigio, a Poesia falada é anterior à palavra escrita. Antes de dominar a linguagem, o homem já escrevia e desenhava poemas e sacanagem nas paredes das cavernas. Me acredito um descendente dos Aedos que, percorrendo a Grécia falando seus versos, criaram a Ilíada e a Odisseia e se assinaram coletivamente com o nome de Homero. E Camões, que no meio de um naufrágio, teve a grande preocupação, não de salvar a si mesmo, mas salvar os originais de Os Lusíadas do afogamento. Os grandes poetas sempre foram os mais fiéis intérpretes, os fundadores das nacionalidades. Homero, Camões e Pessoa, Cervantes, Whitman, Shakespeare, Dante, Omar Khayam, Gonçalves Dias, Martin Fierro, Neruda, Manoel de Barros, Drummond. E no Brasil temos uma grande vertente de poetas nômades que interpretam versos, dos cordelistas do nordeste aos poemas gauchescos dos pampas. Acredito na poesia não apenas como reflexão, mas também como diversão, entretenimento, espetáculo, show. Que nem sua prima, a música. Uma vez, na época do Ver O Verso, um grupo que participei com Alexandra Maia, Claufe Rodrigues e Pedro Bial, fizemos algumas  apresentações  aí mesmo em Belém, entre as quais numa escola que funcionava onde antes havia um lixão. Uma repórter de TV  que fazia a cobertura, perguntou a um garotinho de uns dez anos, um tipo assim bem indiozinho se ele havia gostado do show de poesia. O menino respondeu, com um largo sorriso: “gostei muito, gostei demais, nunca pensei que poesia fosse tão divertido. Me diverti tanto que me deu até dor de barriga”. Você não imagina como isso calou fundo dentro da minha alma. Estes retornos redobram nossa fé, nos fazem acreditar que afinal está valendo a pena, e que a alma não é pequena. Minha poesia ficou muito conhecida porque venho rodando este país há décadas, interpretando em qualquer espaço. Foi a forma que encontrei de popularizar a minha poesia, me comunicar com todo tipo de público, independente de região, de idade, credo, nível cultural, econômico, escolaridade. Já  interpretei  poemas em teatros, escolas, universidades, igrejas, saraus, congressos, TV, rádios, na praia, na rua, em hospitais, em palácios, em hospícios,  até mesmo em reformatórios  e presídios. A poesia é inerente ao ser humano. Os recitais de poesia cumprem o importante papel de libertar as palavras, mostrar que o verso é um ser vivo que pode ir além das páginas de um livro. Poesia é pra se ler no recôndito de seu quarto, e também para sair espalhando por aí. Acredito que conquistei um certo afeto do público porque faço com paixão e as pessoas gostam, são receptivas, percebem, sentem, se identificam, e gostam, e respeitam. É tudo que quero da vida. Escrever e ser porta-voz e intérprete de meus escritos e de outros autores, para os povos que habitam o mundo. Não sei bem porque, mas creio que em algum ponto do universo deve haver alguma explicação. 

Gigio Ferreira pergunta: Você é ator com formação acadêmica. Em sua opinião os atores contemporâneos se afastaram da poesia em sentido lato por ausência de intuição? Por quê?

Mano Melo responde: Não creio que os atores tenham se afastado da poesia. Conheço muitos que são leitores vorazes de poesia, alguns deles escrevem. No meu projeto Mano a Mano Com A Poesia sempre contei com o apoio de amigos atores e atrizes, que adoram vir ao palco falar poemas. Grandes nomes do teatro, cinema, TV, música, passaram por lá. Quando uma pessoa escolhe na vida ser ator ou atriz, se dedicar ao teatro e às artes cênicas, é também um compromisso com a palavra, a dança, a música, as artes plásticas. Atores e atrizes vivem poeticamente, criando mundos a partir da imaginação. Teatro e cinema englobam toda forma de expressão. É palavra, é cenário, é luz, é câmera, é ação. Eu sou poeta e ator. E conheço muita gente que é ator e poeta.

Gigio Ferreira pergunta: O que você achou dessa entrevista ao Jornal Crescendo em parceria com a Revista Variações?

Mano Melo responde: Achei ótimo. É sempre bom poder conversar, ter um canal de comunicação com as pessoas. Respondi às perguntas com toda a sinceridade, buscando mostrar um pouco do significado e da necessidade do poeta e da poesia através dos séculos. AXÉ!





Gigio Ferreira nasceu no dia 22 de junho de 1967, em Belém do Pará. Cursou Letras. Sua estreia se deu com a publicação da dramaturgia infantojuvenil, O gringo da Matinta (2014), em parceria com a escritora Miriam Daher, pela Editora Giostri-SP. Com exceção do livro O Palhaço de Arame Farpado (2016), poesia, pela Editora Penalux, as suas oito obras publicadas, foram pela Editora Giostri. Atualmente possui dezoito livros inéditos aguardando publicação.

Comentários

  1. Amei esta entrevista. E esta resposta do Mano Melo, no meu entendimento, significa muito para as Artes: "Toda escolha merece uma escrita, se a escrita é sua escolha. Então, existe um querer abarcar o mundo com as pernas, ou com as palavras. Para aqueles peixes fisgados pela arte da escrita, tudo é passível de ser expresso em palavras. Mesmo o indizível. É aquele lance bíblico do apocalipse de São João: ‘Escreve, pois, as coisas que viste, as que são e as que hão de ser.” Este é, ou deveria ser, o mantra, a palavra chave do escritor. Ou de todo artista. Pode substituir o verbo escrever por pintar, esculpir, atuar, filmar, dançar, cantar, compor, interpretar. Ou seja, qualquer tipo de arte. O que viste, o que é, e o que há de ser. Somos atores e testemunhos da História."

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