sol tropical na Grande Vitória num sábado á tarde - Afonso Rocha de Jesus





Lembro de como eu gosto de futebol e como o futebol me fez estar perto de pessoas diferentes e ter me ajudado a ser uma pessoa melhor.  Lembro de ser um pouco mais velho e ir frequentar um estádio de futebol aqui no Espírito Santo, como forma de ver de perto um futebol diferente que vemos na televisão em grandes mídias, ao ver e apreciar um futebol aonde pessoas gastam o seu tempo precioso de sua vida para acompanhar diferentes clubes de expressão midiáticas sem VAR, arquibancadas de concreto, ficando exposto ao um sol tropical na Grande Vitória num sábado á tarde. E com preços bem mais baratos do que ir num jogo do Flamengo, gastar o seu tempo vendo um futebol de muita pouca qualidade de um futebol carioca ou paulista, que fica despercebido quando a clássico ou um jogo de grande expressão por aqui.

Sabendo que não nasci torcendo para um time de futebol daqui do Espírito Santo, mais sim para um time de fora do estado (risos), e foi eu que escolhi torcer para o Rio Branco com apenas dez anos de idade por gostar do nome, sem saber da história, cores do clube ou jogadores que jogaram por lá, ficou em minha cabeça em que time torcer e acompanhar de qualquer forma pois sem uma mídia que ajude a divulgar o clube e sem internet em minha casa foi difícil se aprofundar sobre qualquer clube de qualquer lugar do mundo, e morando num bairro periférico no inicio dos anos 2000. Fui crescendo e tendo paixão e mais a proximidade com o clube tendo gosto e saber até cantar as musicas da torcida e o próprio Hino do clube (que evolução), vi conquistas e também derrotas do clube que não me fizeram perder a vontade de torcer pro futebol capixaba e principalmente pelo Rio branco.

Em meados de 2019 comecei a acompanhar mais de perto os jogos e ir com mais frequência aos estádios e vê rostos de pessoas demonstrando um amor e paixão por um clube daqui. E nesse momento a minha vó materna, Vó Rosa falece e vejo que frequentar os estádios me trás uma terapia de esquecer o falecimento de minha vó, em aproximadamente 2 horas esqueço que existe os meus problemas e torço pro um clube e vibro com tudo que acontece sendo algo bom para mim, vendo que isso me faz bem, estar gastando um tempo com um clube daqui. 

Termino esse texto agradecendo principalmente aos fundadores do clube por criar um time do povo e aceitar pessoas igual a mim nas arquibancadas, e agradecer pelo jogos por serem uma terapia num momento que foi tão difícil, os cantos e jogos serviram de terapia para um torcedor,  e termino com um trecho do hino "Você é culpado do amor que lhe dei ".              




Afonso Rocha de JesusJovem artista periférico nascido e criado no bairro da Gurigica em Vitória - ES, nascido no dia 12/02/1996. Atua no meio da ilustração e escrita, utilizando de sua pesquisa desenvolvida em memória individual e coletiva em seus trabalhos. Participa do movimento Hip Hop desde 2012, atuando no Rap e na literatura que ocorre na Grande Vitória, Se destacando e atuando em participações colaborativas de fanzines e livros independente neste períodoEstudante de Artes Plásticas na Universidade Federal do Espírito Santo. 


variações: revista de literatura contemporânea 
II edição
edição e curadoria de Marcos Samuel Costa 

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