Três poemas inéditos de Marcos Samuel Costa
Ardente desejo
Translúcido como o fogo
fazendo tremer o mar
por drogas baladas e festas
próximo dos abismos
da juventude
de olho para onde se
dissipam as manhãs
azuladas do gozo
Pedro, homem feito
de lamento
caminha desesperado
(não permite
que nenhuma gota de álcool
entre por sua boca
nesse fim de tarde
enquanto caminha
na universidade)
tudo é demasiadamente
idílico,
seus desejos afogados
A verdadeira história do homem afogado
O corpo do homem afogado
ainda era capaz de falar:
“Fique fora
das lembranças
dos desejos
da história ainda
em forma
do homem das cavernas
gay que precisa
se esconder”
dizia
beirando o mar
a solidão
o deserto rosa
as folhas das orquídeas
enraizada nos cabelos
e no tempo
do retrato triste
das folhas verdes
do desejo
oculto
não seja mais
um homem
se afagando
só a praia respondia:
“então viva, seu drogado”
De quando se ama
A solidão é um mar
em chamas
sem corpo movediço
ressaca de águas tontas
e se aglomeram
na saudade
no retrato e deserto
que carrega Pedro
o amor da juventude
a paixão pelo garoto
que morava distante
na impossibilidade
dos dias livres
do homem afogado
da tarde que amou
da primeira vez que
transou
Marcos Samuel Costa é poeta e editor
SENSACIONAL! ADOREI OS POEMAS.
ResponderExcluirMuito! bom
ResponderExcluirImagens vivas, atordoadas, sufocantes... lindo!!!
ResponderExcluir