Álbum e Outros poemas de Milton Rosendo
(Vitória de Samotrácia)
ÁLBUM
Regressa do Hades –
aos pés calcados asfódelos –
la vie sauvage a sua vertigem infinita – uns claros e escuros
à Caravaggio a sua alma triste –
é sempre noite em sua cabeça –
uma jornada inteira de trabalho
pensar sobre o amor –
não voltar para casa é escrever um poema
aos pés calcados asfódelos –
la vie sauvage a sua vertigem infinita – uns claros e escuros
à Caravaggio a sua alma triste –
é sempre noite em sua cabeça –
uma jornada inteira de trabalho
pensar sobre o amor –
não voltar para casa é escrever um poema
JE VOUS ÉCRIS D’UNE ABSENCE
Entre as rasuras, lê-se:
Em nome de uma
discursividade nova, o que me encanta
são os desencontros,
o que uma mente magnética, entre milhares de outras,
à custa de um número infinito de desordens,
consiga restaurar de certa noção de beleza em dias cinzentos.
O peso da quota subjetiva importando menos
do que as pulsações do metrônomo.
Uma lua sobre pergaminhos d’água
ferve ao ponto mais escuro do olho.
são os desencontros,
o que uma mente magnética, entre milhares de outras,
à custa de um número infinito de desordens,
consiga restaurar de certa noção de beleza em dias cinzentos.
do que as pulsações do metrônomo.
ferve ao ponto mais escuro do olho.
UM MÉTODO
- o olho do peixe, vítreo,
compactando oceanos;
o zumbido de vespas,
algo como uma fúria;
uma tesoura perfazendo
um mapa através da seda;
um som de harpa abrindo
íntimos relâmpagos;
assim seja o dizer,
como o belo e o nulo
na órbita centrípeta da flor.
compactando oceanos;
o zumbido de vespas,
algo como uma fúria;
um mapa através da seda;
um som de harpa abrindo
íntimos relâmpagos;
como o belo e o nulo
na órbita centrípeta da flor.
Variações: revista de literatura contemporânea
VIII Edição - Vozes que não
param de gritar
param de gritar
Edição de Marcos Samuel Costa
2022
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