SOL FORTE NA PELE, de Marcos Samuel Costa, impressões de uma leitura - Ana Meireles


 SOL FORTE NA PELE, de Marcos Samuel Costa, impressões de uma leitura. 


Da particularidade de um fato, a reflexão de que a vida humana, em sociedade, começa a partir do parto. É desde a particularidade deste ato, ser parido, que o termo pode servir para ser aplicado nas diversas circunstâncias do viver. E neste enfoque fazer algumas analogias com os dramas da existência, sem resvalar para uma visão de mundo onde os males das dores são maiores que as alegrias. Muitas vezes é possível e até inevitável se nutrir desta impressão, mas há um bem inestimável em não se deixar tomar pela desesperança. 

Em Sol Forte na Pele se tem essa espécie de queimadura nos sentimentos por tão intensas vivências dos personagens, todos homens envolvidos na temperatura oscilante dos afetos, onde é comum a cada dor de amor, cada engano, desencontros, traições, se fazer incontornável a realização de um parto aos moldes de uma catarse. 


Relações de amor ou meramente a saciação de desejos que podem circunstanciar os apelos inerentes às prerrogativas do coração ?


Como em “Sol Forte na Pele”, sofrimentos inenarráveis estão a correr nas veias das palavras e é impossível não se afetar, mesmo que a leitura seja de contos fictícios. 


A realidade, pela via impiedosa do preconceito é brutal, e pouco de respeito se verifica quando se trata da vivência da homoafetividade. E, é preciso sempre se ter ciência de que, nada é maior que o próprio ser, aquele que abriu-se para parir a vida nas suas mais diversas expressões. 


Não por acaso, a fazer ressonância com essas minhas simples palavras, leio as que se encontram entre aspas em uma capa de revista e foram proferidas por uma conhecida apresentadora de televisão cujo sobrenome é Poeta. Ela diz mais ou menos assim “ Só o Amor salva da maldade “. Eu creio que é por este caminho que se realiza o maior dos partos: Viver


         



ANA MEIRELES 








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