NÃO DUVIDE DA VIDA, ELA RESPONDE - crônica de Ana Meireles




NÃO DUVIDE DA VIDA, ELA RESPONDE


    Há dias suaves, dias macios, dolorosos ou ásperos. A vida acaricia e também arranha, todos sabem. 
A reflexão sobre ela, vida, é uma constante para mim, dada a muito pensar. 

Tantas coisas me intrigam, assustam, espantam. Também posso dizer que em contrapartida, igualmente há o que me encanta. E o que me encanta pertence a esfera gratificante da espontaneidade dos gestos, ações que provém da alma em sua expansão nos afetos. Sendo mais específica: A bondade, a caridade verdadeira ( não espetaculosa ) e a compaixão sempre me encantam. Me fazem não perder a fé num mundo que, mais que nunca, escancara a maldade do ser que não aprendeu a se humanizar. 

Aí reflito a máxima “ aqui se faz, aqui se paga”. Lembrando de um fato ocorrido aqui mesmo na nossa Cidade de Belém. Ressaltando que, dinheiro algum faz a criatura humana ser melhor que outra, apesar de muitos se iludirem com impregnações de superioridade de classe. 

O caso foi o seguinte: Havia uma senhora que vendia seus produtos, castanhas, em frente à calçada de um elegante prédio. Prédio onde uma “ importante moradora”, juíza, achava que a pobre vendedora enfeava a imagem do prédio vendendo ali o seu ganha pão. Implicou, implicou tanto, tanto, que um belo dia conseguiu acionar um órgão específico que trata destes assuntos e a vendedora foi retirada da calçada do prédio onde residia com o seu filho. O filho que recebia das mãos da mãe, a juíza, o dinheiro para pagar mensalmente as prestações do luxuoso $$$ apartamento. Acontece que o filho recebia o dinheiro em mãos, mas não realizava o pagamento das prestações e isso foi avolumando, acumulando uma dívida que culminou em ordem de despejo, sem apelação. 

Moral da história: Cuidem-se os espertalhões, aqueles que só querem se dar bem, acham-se melhores que outros, porque a Vida, a Vida, ela dá o troco. 

Repetindo a frase” aqui se faz, aqui se paga”. A lei de causa e efeito tarda, mas não falha, a famosa Lei da Semeadura. Fiquemos atentos e bebamos o doce e o amargo da vida. 



Ana Meireles, Psicóloga, Poeta e Compositora paraense, Servidora Pública do Estado. Escreve por prazer, amor e teimosia à escrita. Têm participações em diversas Antologias e publicado os seguintes livros : Escritos ao Vento; EntreVersos; Tempo Meu; Uni-versos Meus; Semblante de Nós; Vasos ficam lindos se ornados com flores (gênero poesia); Atravessamentos (gênero crônica); Clarissa; Corujinha (Literatura Infantil).



Variações: revista de literatura contemporânea 
X Edição - Corpo e fala: intimidades
Edição de Marcos Samuel Costa
2023

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