Poemas de Bruno Ramal

 


***

Fotografias do autor 

***


nas redes 
teu ar quente 
ruas bocas noções 
sem qualquer certeza 
não faz teu pau me
atravessar 
nos rochedos 
a brisa do teu gozo 
teu sêmen 
lâmina na pele
nos ossos fundos 
da minha profunda 
tristeza 


***


fósforo úmidos 
o cigarro molhado 
a praia é tua melhor 
forma de consertar
as coisas 
os orixás das águas 
doce te observam 
sabem que tomas o 
sangue do coelho 
enfadonho 
que comes o cálcio 
dos crustáceos 
que procuras nos
troncos caídos 
os cogumelos que
fazem sondar 
a primavera 

prefiro que vás pra 
casa do caralho e 
se foda antes 
desse dia acabar 
em lilás 


***


primeiro quero ter
teu odor de macho 
fraco 
macho que irei 
tirar a roupa 
e comer sem qualquer piedade 
vou te deixar submisso 
aos meus desejos 
impuros 

mas antes, deixaria 
uma rosa na tua fronteira 
dois lírios nos teus 
olhos 
e devagar passarei 
lubrificante no 
teu cu 
colocarei minha
boca nas tuas axilas 

nem todas as montanhas 
são deuses impotentes 





Bruno Ramal nasceu em Rio Branco no Acre, morou por alguns anos na Bolívia. É fluente em espanhol e português. Quando assumiu sua sexualidade, sua família o expulsou de casa, o que levou a escrever sem parar. Na Bolívia foi finalista do importante prêmio literário para poesia Galles Acosta, no Brasil ainda é um jovem poeta desconhecido. Terá um livro publicado pela Companhia das Letras em 2025: "lâminas brancas de orgasmos".




Variações: revista de literatura contemporânea 
XI Edição - outras margens, nenhum limite 
Edição de Marcos Samuel Costa

2024

Comentários

Postagens mais visitadas