Brinco de orelha de livro - Gutemberg Armando Diniz Guerra


 

 


 Brinco de orelha de livro


Gutemberg Armando Diniz Guerra



Recebi editado o livro “intitulado “Crônica e café à sombra do cupuzeiro, do amigo nascido nas margens do Rio Araguaia, em área conflitada do Bico do Papagaio, mais ainda se referenciado que no seu município de origem ocorreu a Guerrilha do Araguaia nos anos 70 do século passado. De família humilde, Valdinar Monteiro de Souza galgou com determinação os degraus da escolaridade, formou-se advogado, exerceu a profissão durante anos e aposentado, continua a estudar letras e escrever crônicas que vai compartilhando onde haja espaço para que ele dialogue com os que gostem de literatura, entre os quais me incluo. Por conta dessa irmandade e comentários que costumo fazer do que leio, me foi solicitado fazer um texto para servir de orelha a uma coletânea que ele pretendia publicar. Escrevi e apareço citado em vários trechos do livro por conta dessas partilhas, o que, emocionado, agradeço. O que escrevi e saiu como brinco na orelha de seu mais novo livro é o que segue, com o título acima.
“Para muito além de puro divertimento, distração e deleite, a leitura dos textos de Valdinar Monteiro de Souza é instrutiva, enriquecedora, valiosa. Sem deixar de ser muito agradável, é profundamente densa de conteúdos e nos leva a perceber melhor os meandros de nossa existência e da complexa língua portuguesa. Seus textos refletem o cuidado com as artimanhas e armadilhas de nosso idioma. Os textos que dissecam os significados dos termos, suas etimologias e apropriações contextualizadas poderiam compor uma obra à parte. Podemos, certamente, desfrutar de seus escritos com essas finalidades de reverência ao nosso maior instrumento de comunicação e manifestação cultural, a língua pátria.
Ler o mundo exige atenção aos detalhes e consciência. Os que foram alfabetizados fazem esse exercício pelas linhas escritas pelos que nos antecederam, em que pese terem estes nos oferecido as suas experiências pelo registro da observação, análise apurada e exposição estética do ambiente em que circulavam e contextos em que viveram. Isso exige elevado nível de sensibilidade e capacidade de expressão para que se faça entender com clareza. Assim é com esse advogado escritor, acostumado profissionalmente a ser o mais cristalino nos seus argumentos e no ofício de tradutor da sua percepção de mundo. É de reconhecida competência em conduzir o leitor pelos seus caminhos, argumentos e estratégias de sedução, o que faz com elegância e refinado humor, abrindo os olhos de quem lhe dê atenção às mais óbvias e aparentemente insignificantes ocorrências. Nada lhe passa despercebido, sendo analisado e compartilhado em seu diálogo fluente e elegante.
Crônica e café à sombra do cupuzeiro é uma coletânea que permite uma compreensão ampla sobre o autor, desde sua origem no campo e amor às coisas simples da natureza até o que é capaz de produzir ao utilizar os recursos de tecnologias modernas e disponíveis nas redes sociais. Ele revela, ao descrever no estilo que elegeu como favorito para sua produção literária, o volume e qualidade de sua obra que vai se impondo e exigindo dos amantes da boa literatura e dos cursos de letras e língua portuguesa que o utilizem como insumo de aprendizagem, provocação de bons debates e reflexões sobre nossa linda, complexa e derradeira flor do Lácio.”
Sinto-me devedor de divulgar esse livro por conta de estar a ele vinculado, citado, homenageado. Pensei em fazer uma resenha nos moldes que sempre publico, mas dessa vez, considero que pode ser o que vai nesse formato, e recomendo aos leitores essa incursão em “Crônica e café à sombra do cupuzeiro”. Os que são amazônidas se identificarão, certamente, e os que são de fora poderão estranhar e sentir uma curiosidade para melhor conhecer esse nosso rico e diverso país. Experimentem!

Comentários

  1. Caríssimo amigo e irmão de ideais literários, Professor Doutor Gutemberg Guerra!

    Muito obrigado por, tão generosamente, enfeitar com seu texto as orelhas do meu livro “Crônica e café à sombra do cupuzeiro” e agora, com mais um gesto muito amigo e por isso mesmo impagável, partilhar com os leitores da revista “Variações”! Impagável mesmo por sua bondade, perspicácia, sabedoria, apego e muito amor ao conhecimento e à literatura.

    Forte abraço

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