ENTREVISTA COM ANA SIMONY OLIVEIRA

Entrevista concedida por Ana Simony Oliveira para Marcos Samuel Costa, da Revista Variações, em 07 de setembro de 2024.

01 - Ana Simony, fale-nos um pouco do teu processo de escrita. Além disso, conte-nos também de ti, quando foi que esta escrita começou e por que ela começou?

 

Eu não costumo ter um padrão no processo de escrita. Às vezes me dá vontade de escrever e vou lá e escrevo, algo surge na minha cabeça e eu tenho que correr para escrever ou anotar a ideia antes que ela fuja, e às vezes penso em um cenário e começo a escrever aleatoriamente e vejo no que dá. Quanto a mim, sou uma pessoa bem introvertida, e como é comum dos introvertidos, eu compenso o que não falo escrevendo. A escrita de Água de Caju, meu livro de estreia, em em pré-venda pela Editora Folheando, surgiu de reflexões que escrevi durante muito tempo e que decidi, por fim, publicar, com outros escritos que fui acrescentando ao material já existente.

 

02 - Como se manifesta a tua escrita, quais caminhos, tempos de escrita e pausa, quem é a escritora Ana Simony Oliveira?

 

Escrevi a primeira crônica do Água de Caju há muitos anos, quando não pensava ainda em publicar, nem tinha uma ideia do projeto, só por escrever. E foi assim com as demais, eram textos soltos que eu nem sabia definir direito o gênero, e as pausas entre um e outro chegavam a ser bem longas. No fim, era apenas uma prática que tinha, que oscilava entre um hobby ou um método de lidar com a ansiedade. Então, posso dizer que Ana Simony Oliveira é uma escritora que surgiu por acaso, embora desde criança alimentasse esse sonho, só não acreditava que conseguiria terminar um livro ou ser aceita por uma editora.

 

03 - Fale-nos do seu novo livro, quais percursos te levaram até ele ou como ele chegou até a ti?

 

Água de Caju, como comentei anteriormente, não era um projeto, inicialmente. Quando vi um anúncio de concurso para publicação, foi que me veio a ideia de juntar os textos que escrevia e guardava só para mim e escrever mais alguns. É um livro em que busco retratar algumas melancolias da vida, como o luto, ansiedades e decepções, com um toque, aqui e ali, da essência regional do interior.

 

04 - Buscas uma escrita que se aproxime do que ou que se afaste do quê?

 

Procuro uma escrita que me aproxime de realidades comuns da sociedade, de modo geral. Do interior do ser ou vivências do dia a dia. Acho que por esse motivo que me identifico mais com o gênero “crônica”. Meu segundo livro, Misto-quente e álcool em gel, que está para ser lançado por meio da Editora Sanhauá, também é um livro de crônicas que apresenta a realidade de diferentes personagens diante do período de pandemia que vivenciamos no início de 2020.

 

05 - Quais são tuas principais referências no processo de escrita desse novo livro?

 

Vejo Caio Fernando Abreu e Clarice Lispector como grandes influenciadores do meu estilo de escrita, além de admirar muito a essência poética de Álvaro de Campos e a narrativa de Lygia Fagundes Telles que, consequentemente, também são grandes referências literárias para mim.

 

06 - Indicarias uma playlist para esse novo trabalho?

 

Uma música ou outra me fazia lembrar dos textos, mas a sua pergunta me incentivou a criar uma playlist em que cada música remeta a cada uma das crônicas, respectivamente. Segue ela

1- Insônia (Gonzaguinha)

2- Naquela mesa (Versão Elizeth Cardoso)

3- Deserto (The Baggios, BaianaSystem)

4- Bicho solto (Seu Pereira e Coletivo 401)

5- Países emoções (Tagore)

6- Poema (Ney Matogrosso)

7- Lucifernandis (Boogarins)

8- Granada (Tagore)

9- Doce/amargo (Selvagens à procura de lei)

10- Serpente (Pitty)

11- Piano bar (Engenheiros do Hawaii)

12- Bem ou mal (Khristal)

13- O mais clichê (Vivendo do ócio)

14- Na falta de um espelho (Os amanticidas)

15- Em si menor (The Baggios)

 

07 - Onde podemos comprar teu livro novo?

 

Água de Caju está disponível no site da Editora Folheando, com frete grátis para todo o Brasil. O link para a compra pode ser acessado no caminho a seguir

https://www.editorafolheando.com.br/pd-96c817-agua-de-caju.html?ct=&p=1&s=1

Ana Simony Oliveira é graduada em Letras (Português/Inglês) pela Universidade Estadual da Paraíba e Mestra em Estudos da Linguagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Atua como professora na rede estadual de ensino do Rio Grande do Norte e, desde criança, sempre nutria interesse pela leitura e escrita. Sua estreia como escritora surge com o livro “Água de Caju”, uma coletânea de crônicas que reúne textos que retratam diversas situações e realidades do convívio social com um toque de regionalismo potiguar.

 

Variações: revista de literatura contemporânea 

XII Edição, ano III - lâminas, línguas e Eros

Edição de Bruno Pacífico

2024