O buraco da fechadura Gutemberg Armando Diniz Guerra
Gutemberg Armando Diniz Guerra
Houve um tempo em que pouco se tinha acesso à intimidade das pessoas. Os bisbilhoteiros tinham que espreitar esgueirando-se pelo buraco das fechaduras o que os investigados faziam em suas casas, quartos, câmaras, banheiros. Olhar pelo buraco da fechadura era o gesto mais indiscreto e injurioso que um espião poderia fazer porque as informações pessoais de cada um eram guardadas a sete chaves, respeitando-se a privacidade e individualidade com um nível de sacralidade elevada.
O telefone aproximou as pessoas, o que se aprofundou com os endereços eletrônicos, permitindo aos intrusos se comunicar com os seus alvos a qualquer hora do dia ou da noite. A velocidade da comunicação e a eliminação das barreiras da distância instalou um sentimento de tempo acelerado. As pessoas que enviam mensagens querem respostas imediatamente. Os aparelhos celulares parecem ter encerrado, sepultado definitivamente os tempos do respeito, da privacidade e das respostas bem elaboradas e pensadas, construídas com o devido cuidado.
Ao fornecer os nossos dados a agentes comerciais, a amigos, a instituições públicas e privadas, mesmo sob jura de que manterão sob sigilo nossos contatos e informações mais melindrosas, nos tornamos completamente vulneráveis a todas as formas de assédio e golpes. É como se o buraco da fechadura fosse algo permitido a qualquer um olhar, sem pudor, os nossos momentos mais privados, recônditos, recolhidos, íntimos.
É muito fácil registrar momentos, situações, eventos das mais variadas naturezas nesses dispositivos modernos que podem ser armazenados nas nuvens ou na palma das mãos dos detentores dessas geringonças. O acesso a elas, entretanto, pode ser feito por invasores de sistemas de informação com mais facilidade do que somos capazes de imaginar. Os crimes cometidos por eles têm proteção e defesa veemente dos que se utilizam e aproveitam desses mecanismos, desde os mais simples aos mais sofisticados.
Vulgarizou-se a privacidade com os programas de reality show, reportagens escrachando imagens sem nenhum tipo de censura e pudor. Cumprindo a profecia de George Orwel, o grande irmão, simbolizando o estado autoritário e fiscalizador, que a todos controla e sabe de todos os detalhes. No Brasil os programas de televisão filmando as pessoas 24 horas banalizou esse conceito e desnudou a intimidade das pessoas e de suas relações com o mundo, transformando tudo em brincadeira e divertimento. Não só o buraco da fechadura se tornou muito grande, mas arrombaram-se as portas da discrição e do mínimo de sentimento de respeito à individualidade.
Vivemos tempos de situações completamente diferentes das gerações anteriores e temos que nos adaptar e investir para modificar esse estado de coisas! Temos que construir uma bandeira de defesa da privacidade e individualidade, apesar dos representantes que se elegeram com base em informações falsas pregarem nos parlamentos que a liberdade de expressão não tem limites. Tristes tempos! Mantenhamo-nos vigilantes e firmes!
Ao fornecer os nossos dados a agentes comerciais, a amigos, a instituições públicas e privadas, mesmo sob jura de que manterão sob sigilo nossos contatos e informações mais melindrosas, nos tornamos completamente vulneráveis a todas as formas de assédio e golpes. É como se o buraco da fechadura fosse algo permitido a qualquer um olhar, sem pudor, os nossos momentos mais privados, recônditos, recolhidos, íntimos.
É muito fácil registrar momentos, situações, eventos das mais variadas naturezas nesses dispositivos modernos que podem ser armazenados nas nuvens ou na palma das mãos dos detentores dessas geringonças. O acesso a elas, entretanto, pode ser feito por invasores de sistemas de informação com mais facilidade do que somos capazes de imaginar. Os crimes cometidos por eles têm proteção e defesa veemente dos que se utilizam e aproveitam desses mecanismos, desde os mais simples aos mais sofisticados.
Vulgarizou-se a privacidade com os programas de reality show, reportagens escrachando imagens sem nenhum tipo de censura e pudor. Cumprindo a profecia de George Orwel, o grande irmão, simbolizando o estado autoritário e fiscalizador, que a todos controla e sabe de todos os detalhes. No Brasil os programas de televisão filmando as pessoas 24 horas banalizou esse conceito e desnudou a intimidade das pessoas e de suas relações com o mundo, transformando tudo em brincadeira e divertimento. Não só o buraco da fechadura se tornou muito grande, mas arrombaram-se as portas da discrição e do mínimo de sentimento de respeito à individualidade.
Vivemos tempos de situações completamente diferentes das gerações anteriores e temos que nos adaptar e investir para modificar esse estado de coisas! Temos que construir uma bandeira de defesa da privacidade e individualidade, apesar dos representantes que se elegeram com base em informações falsas pregarem nos parlamentos que a liberdade de expressão não tem limites. Tristes tempos! Mantenhamo-nos vigilantes e firmes!
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