Tudo que no tempo refaz - crônica de Ana Meireles
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| (William Turner, reprodução) |
TUDO QUE NO TEMPO REFAZ
Providenciei dos sonhos a bagagem para recomeçar. Estava há muito tempo vazia. Os livros da minha história todos já haviam sido lidos. A palavra como que parecia morta naquele profundo vazio...
Comecei a escrever cartas e enderecei à todos os meus amores, os antigos e os novos, inclusive os que não tive. Não, não pense que aqui me deserto numa despedida. Não!
Somente sigo as linhas do sentir que me escrevem no dia à dia. Neles prepondero aquisições, perdas , o que ganho, o que perco . E minhas falas em conversas com a alma são avulsas.
Eu vivo dos meus pensamentos quando desencubro-os em palavras garranchadas.
Eu vivo deles, nas noites e nos dias que me refazem no colo do amanhecer, jardim inscrito de promessas, leveduras de transformação.
Acordo para saborear cada doçura e amargor e vou no tempo me nutrindo , cerzindo a esperança com fé. Sempre tive a certeza que nasci para o grande amor.
É com ele que sonho e, ao me sentir por vezes esvaziada, busco-o nas páginas dobradas da memória onde jaz o esquecimento do passado, o presente labora e a alma mira o futuro que me diz: Te refaz, enche novamente tua mala de sonhos e vai viajar. Viajo...!



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Ana Meireles, parabéns pela crônica. Deixo aqui o comentário de que a considero uma das melhores cronistas que já li.
ResponderExcluirSão sempre bem-vindas as palavras de incentivo. Obrigadão ! Bom Dia !
ExcluirParabéns pela crônica. Sempre um primor!!
ResponderExcluirUm prazer saber que leu meu texto. Gratidão!
ExcluirSaudosismo na veia... Que os sonhos jamais desistam de nós! Parabéns, cronista, poeta, Ana Meireles!
ResponderExcluirBom Dia ! Muito grata por suas palavras.
ExcluirSaudosismo na veia... Que os sonhos jamais desistam de nós! Parabéns, cronista, poeta, Ana Meireles!
ResponderExcluirGratidão ☺️
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