Poemas de Ana Meireles
(aldemir martins)
SPINA(Nova Forma Poética)
BIPARTIDA EMOÇÃO
Avesso, seu rosto
Desfigurou-se no sorriso
Da frustração sentida.
Nas palavras, restolhos de tristeza
Ecoavam no poema a anunciar-se
Sobre os versos feridos; Bipartida
Emoção que aprofundava na alma
Incisão, uma dor aflita, inadvertida.
POR ISSO NÃO PROVOQUE... É COR DE ROSA CHOQUE
Cutucar onça com
Vara curta, provoca
Ira de lamentar.
Onça ferida ataca; devolve, revida
Trata logo das afiadíssimas garras
Mostrar, com intenção de afugentar.
Mexer com ela, ousadia inimaginável
Seu esturro ecoará para escarmentar.
NA PONTA DUM OLHAR
Detive a ponta
Do olhar observador
Bem a tempo,
De alcançar o lampejar daquele
Outro. Vi os sombreados escuros;
Ecos duma dor entre passatempo.
Desdita que jamais ousaria julgar;
Não existe vida sem contratempo.
A TÊMPERA DE UMA ARIANA DIANTE DE UMA VERBORRAGIA DESNECESSÁRIA
Estava irritadiço por
Nadinha. Sendo verborrágico,
Enfureceu aquela jibóia.
Que da fenda saiu invocada;
Invertera-se os papéis, o veneno
Fora inoculado por ele, paranóia.
Confundiu tudo, ela tinha têmpera
Quase vestiu roupa de lambisgóia.
NA LINGUAGEM DA FOME
Cozinhei o arroz
O feijão aqueci
Matei minha fome.
Falar de Amor poucos sabem
Da fome muitos são entendidos
Por invisíveis terem um codinome.
Mastigam o preço das contradições
Esmolam vida: Amor, sorte, renome.
ANA MEIRELES - é poeta e cronista - nasceu em Icoaraci Distrito de Belém do Pará em um belo domingo de Páscoa como dito por sua querida mãe Leila. Atualmente é servidora pública com formação em psicologia pela UFPA. Tem diversos livros publicados, entre poesia e crônica, esse ano faz sua publica seu primeiro livro infantil.
Variações: revista de literatura contempôranea
V Edição - todas as vozes
Edição de Marcos Samuel Costa
2021
Como não se encantar com a poética e o lirismo de Ana Meireles? Encanto que sempre nos leva a reflexões do experiênciar e o sentir da vida. Parabéns a você talentosa amiga e a todos os envolvidos!
ResponderExcluir