O ressignificar das flores - crônica de Cleunice Lemos
O ressignificar das flores
Quando somos fisgados pela
exuberância das flores, deixamos de ser nós mesmos e mergulhamos em um mundo de
sentimentos, mesmo se estivermos atormentados pelo tempo. Isso ressignifica -
em nosso íntimo - as emoções tão escondidas e cautelosas dos seres interiores dos
quais somos feitos. Pelos matizes elas nos invadem e ditam a beleza, o amor, o
afeto e a brevidade de tudo. E, assim, ficamos expressivamente refletidos entre
as dualidades desses espelhos simbólicos que se revestem de significados.
Mais impactantes em
certas ocasiões, as flores impulsionam as densidades dos afetos e reproduzem as
singularidades dos sentidos. Imersos na leveza desses matizes – que se desabrocham
fisicamente ou pelos ciberespaços – somos revestidos pelo encantamento. E a
metáfora dos sentimentos permeiam as singelezas desses universos de cores. Mesmo
se andarmos distantes desses encantos que se irradiam dos jardins ou de quaisquer
espaços, esses emaranhados de mistérios cercarão nossos íntimos e dirão para
que vieram. Logo, as furtivas insignificâncias que muitas vezes trazemos
internamente cederão espaço a essa natural conexão.
Sem darmos conta, as
flores, incessantemente, não alteram a escala invasiva. Elas nos ensinam que a
beleza é frágil e breve; que o amor ressignifica tudo o que contemplamos e apreciamos,
ainda que seja breve. O emergir desses formatos e espécies nos embalam e insistem
em adentrar onde nos escondemos da voz que pulsa, do amor que transborda, da
saudade que fica ou do desejo que ainda vive. É nesse mergulho que se perdem
muitos olhares de profunda apreciação.
As flores! Não nos
desocupemos delas. Vinícius de Moraes em seus diversos arranjos em versos,
canções e exibições cantava a Rosa e outras flores. Elas estavam lá amadas, colhidas
ou despetaladas. Aqui, nos sonhos, elas se romantizam em um profundo suspiro de
amor; às vezes, transbordam-se em dor ou em silêncios. Portanto, é preciso
transver essas existências e aproximar os olhos das abstrações contidas no mais
misterioso íntimo dessas infinitas cores.
Crônica linda!!! Resgata sentimentos profundos de diferentes épocas e fases da nossa vida. Parabéns mana querida.
ResponderExcluirMuito grata pela pelas palavras e pela leitura.
ExcluirSimplesmente, fantástica! Ah, que a linda magia dos seus entusiasmos pelas palavras não se calem nunca!
ResponderExcluirQue alegria em saber da sua leitura por aqui!
ExcluirCrônica belíssima. A leitura foi como estar num jardim aspirando o perfume de diferentes flores , cuja afinidade em comum é a pureza, a delicadeza. Obrigada! ��
ResponderExcluirQue honra! Muito obrigada!
ExcluirQue bela crônica, Cleu! Parabéns!👏👏👏😊
ResponderExcluirGratidão pela leitura! Grande abraço, Flor!
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